segunda-feira, 23 de julho de 2007
Morrer de Amor II
E ela era linda como uma flor que brota na primavera, vigorosa, colorida, forte e pronta pra ser admirada pelos que passam. Todos que a viam queriam namorá-la, mas ela não. Nunca entregaria suas pétalas para alguém, jamais correria o risco de se "despetalar". Por isso ela passava a vida a balançar ao sabor da brisa de primavera, mostrando suas cores vibrantes e exalando um perfume suave. Ela era linda. O que ela não contava era que um dia fosse se apaixonar. E tu sabes que a paixão não manda aviso. Ela chega, se instala e pronto!! E a cada dia, a flor apaixonada doava uma de suas pétalas para o seu amor. E ele ficava muito feliz e deveras agradecido, mas ele esquecia de um detalhe importante: as flores precisam ser regadas. Mas ela achava que podia continuar assim, doando suas pétalas mesmo sem ser regada, porque, afinal de contas, ela era a flor mais linda, forte e vigorosa daquele jardim. Até que um dia suas pétalas começaram a cair e o seu olor passou a diminuir. E ela perdeu os encantos que outrora atraíram o amor da vida dela. Passou a ser uma flor sem perfume, sem cores nem pétalas, a mais frágil de todas. E seu amor foi embora. Então ela descobriu que amou sozinha esse tempo todo. A pobre se doou por inteiro sem nunca ter sido regada por aquele que dizia amá-la. Ela foi murchando, veio o verão e ninguém foi regá-la porque já consideravam-na uma flor morta. A flor que foi linda e exuberante um dia passou a secar cada vez mais. Até que morreu. Hoje ela serve para alimentar as flores novas que estão brotando, que também dizem que não irão se "despetalar" por ninguém. Pobres florzinhas... mal sabem elas!
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