Tinha esquecido como era andar de trem. Hoje relembrei e vou relembrar uma vez por semana até o fim do ano. Tem os usuários mal-educados, os cansados, as gordinhas cansadas que sempre estão à espreita de algum lugar vago, os mais idosos que saem empurrando os outros só porque acham que a idade lhes dá esse direito e por aí vai.
Minhas aulas de italiano recomeçam e inicio novamente o nível 2 porque no semestre passado larguei o curso no meio. Não gosto muito da idéia de mudar de turma, sempre é um risco!! Não que seja difícil eu fazer amizades novas, mas temos que nos readaptar, saber reconhecer os colegas chatos dos legais...
A minha turma está lotada. E tem um monte de gente bem mais velha que eu. Três senhoras me chamam atenção por não calarem a boca. E olha que é difícil alguém que fale mais que eu, mas as tias me ganharam. O professor é um cara meio introvertido com voz de mudo que tá aprendendo a falar. Ele pede que nos apresentemos aos pares. Cai pra mim um senhor bem mais velho, o mais velho da turma.
Ele se chama Marcelino (pane i vino??) e tem 71 anos, é engenheiro aposentado e fala italiano totalmente misturado com espanhol. Penso em avisar que ele está misturando os idiomas, mas decido ficar quieta. Deixa o tiozinho falar como quiser, oras!!! Me apresento e ele diz que também tem uma filha dentista chamada Carolina. Penso em reafirmar que me chamo Caroline, mas deixo passar essa também.
As 3 tias falantes são extremamente histriônicas e adoram falar alto e repetir 2 ou 3 vezes a última palavra que o professor diz: "Ah, é dovete, Neuza, e não dobete, viu? Dovete, dovete, dovete..." Tirando elas o resto me pareceu bem normal. Por enquanto.
Vem o intervalo e dou um pulo na sala da minha antiga turma que está no nível 3. Ah, que saudade deles... Tá na hora de voltar pra aula, mas decido matar o segundo período. Além de ser repeteco do semestre passado, eu não tava afim de ficar ouvindo aquelas tias.
Aproveitei pra ir no CRO e pegar minha carteira profissional definitiva, já que fez 2 anos que me formei. No Conselho corre tudo bem. Sem demoras, sem gente gritando, tudo na mais perfeita ordem. Pego minha documentação definitiva e vou embora.
Pego o bus até a rodoviária e em seguida o trem. Tudo correndo bem também até o momento em que toca o celular da mulher sentada ao meu lado. Quase fiquei surda porque a mulher parecia ter um megafone acoplado à boca.
E foi isso... Relembro de como existe gente estranha no centro de Porto Alegre, gente que se veste de forma estranha, anda e fala de modo estranho... Se bem que todos temos nossas estranhezas dentro da nossa "normalidade"...
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Um comentário:
Como eu disse ontem pra uma amiga: os outros são normais, nós é que somos loucas. O Centro é cheio de alienígenas! hehehe
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