quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Vontades...


Vontade de tanta coisa, de mudar tudo, de sair muito, malhar com vontade e não contra a vontade, de acelerar o tempo, de modificar pessoas e situações. Vontade de não crescer dessa forma tão rápida, de esperar que meus pais tomem as decisões por mim. Mas não dá. Lots of pressure!! Ser adulta dá trabalho. Fazer escolhas também. Ter autonomia, então? Nem se fala.

Vontade de conviver apenas com meus pensamentos soltos e de morar na Terra do Nunca (como diz a Vica). Vontade de largar de mão as responsabilidades, as contas pra pagar, essa cidade caótica, as pessoas más que me rodeiam em vários lugares. Gente que só pensa em dinheiro, em construir impérios, gente mesquinha que quer se dar bem passando a perna nos outros.

Vontade de partir, com o meu amor, sem família pressionando e exigindo uma posição minha.

Repenso se escolhi bem a minha profissão. Não pela parte técnica em si (amo ser dentista) mas pelas cobranças que viriam de minha mãe e colega de profissão. Não estou preparada pra assumir o que ela quer que eu assuma. Ainda mais que vou viajar. Vejo essa proposta como uma forma/chantagem pra me manter aqui. É complicado. Quero ficar onde meu amor ficar. E isso que adoro POA, mas sinto que preciso ir pra lá. Usando de toda a autonomia que tenho e da "adultez" que tento evitar.

Medo de quebrar a cara, de fazer a escolha errada, da saudade, de não ter com quem contar e de não ter pra quem contar tudo isso que se passa aqui dentro. Vontade de voltar aos meus 10 anos, onde eu queria ser bióloga, nutria meu primeiro amor platônico, só me preocupava com as notas boas no colégio e com as aulas de ballet clássico. Saudade daquele tempo que não voltará mais.

Sinto medo dessa mulher que ama, se apaixona e que faz aquilo que acha certo. Medo das conseqüências que isso pode me trazer. E medo de amar a pessoa errada. Isso já aconteceu comigo antes e não quero que se repita. Nunca estive feliz como agora e, da última vez que "fui feliz", ihhhh.... faz muito tempo, onde eu tinha uma idéia errada de felicidade. Meu amor não é perfeito, as pessoas não são perfeitas, o mundo tá longe de ser perfeito. Eu não sou perfeita, mas ele é perfeito pra mim. Só quero viver o meu amor, longe das coisas ruins que estão por aí, longe de críticas destrutivas. Pois o meu amor é muito meu. E muito dele.

Bored. E digo isso porque é lamentável que ser apenas eu mesma não satisfaça minha mãe. Eu não sou quem ela quer que eu seja. Não fico pensando se a pessoa com a qual vou casar tem uma conta bancária maior que a minha. Não penso em carregar um consultório como ela faz. Não quero ficar presa a um lugar para o resto da minha vida. Ela se enganou comigo. Acabou traçando os planos dela usando dos meus anos de vida. Eu não pedi nada daquilo. Agradeço muito o que me foi dado, mas eu não pedi. E tampouco me perguntaram se eu queria. Eles não acreditam em mim. Acham que é trova minha. Adiar uma viagem não significa desistir dela. É justamente essa viagem e o amor que estou vivendo agora que irão demonstrar a autonomia que tanto me é cobrada.

Só quero seguir com o que planejei. E com o que estamos planejando. Não quero que essa felicidade seja abalada por causa de família. Da minha, no caso. Não vou seguir planos que meus pais fizeram pra mim. E isso é difícil pra mim porque amo meus pais e sei que eles me amam também. Eles jamais desejariam o meu mal. Por isso que tudo é tão complicado. Por isso que fico com dois corações. E é por isso que tenho que me decidir.

2 comentários:

Vica disse...

Olha, amiga, essas baboseiras de auto ajuda são eficientes. A vida é tua, tu tem que vivê-la da maneira que TU achares melhor. Porque senão, o arrependimento é quase certo. Coragem!
Beijos.

Madureira disse...

receito minha usual receita: cafés com a vica.